Margam em sânscrito significa caminho, trajetória; geralmente se refere aos itens tradicionais dançados em uma apresentação completa do Bharata Natyam. O repertório como conhecemos hoje foi apresentado pelo famoso Quarteto de Tanjore, entre os anos de 1798 e 1824. Uma apresentação tradicionalmente é composta de Pushpanjali; Allaripu; Jathiswaram; Shabdam; Varnam; Padam; Ashtapadi ou Devaranama; Tillana e Mangalam. Podemos encontrar alguns itens diferentes, como os descritos por Balasaraswati[1]: allaripu, jatiswaram, sabdam, varnam, padam; javali, tillana e sloka. E ainda encontramos outros itens que não são muito usados atualmente como Kirtanam e Devaranama e outros que foram inspirados pelo folclore como Kavadi Chindu.
Existem 3 diferentes tipos de itens:
NRITTA- Itens de dança pura, rítmica, composta pela combinação de passos (Jathis e Korvais). Sem significado, interpreta a linguagem do corpo com a ajuda de movimentos que criam belas linhas e curvas.
NRITYA- Item que possui a combinação de ritmo com expressão (abhinaya). Transmite significado poético com a ajuda de expressões, posturas e andar rítmico.
NATYA- Dança dramática e expressiva. Performance de um tema, fábula ou história.
A seguir, a variedade de itens que podemos ter no repertório tradicional (Margam).
PUSHPANJALI- o artista saúda Deus, o mestre e a audiência, oferecendo flores. Geralmente um item de pura nritta. É também um aquecimento para preparar o corpo durante as próximas horas de desempenho.
Por Deepa Mahadevan
THODAYAMANGALAM- item de saudação com partes de dança pura e expressiva. Tradicionalmente cantado e dançado nos templos quando as deidades saem em procissão. Geralmente dedicada a Vishnu e suas encarnações.
KAVUTUAM- é uma forma de dança invocatória que significa hino. È um dos itens mais antigos que ainda são conhecidos. Realizados para uma deidade específica, Kavutuams são rápidos e breves e mostram passos de pura nritta com um pequeno sahitya (demonstração de abhinaya) para a deidade. São geralmente cantados em uma rara linguagem de origem tântrica.
Por Shoba Narayan
por Florence Vasanta Auboux
ALLARIPU- Dança rítmica simples e breve, com a complexidade dos movimentos aumentando conforme a velocidade do ritmo aumenta. Allaripu em linguagem Tamil significa uma flor de lótus abrindo, uma analogia da consciência corporal sendo despertada; aqui se dá ênfase a todos as partes do corpo usadas na dança, começando com os movimentos de cabeça. Geralmente não possui melodia, só ritmo.
Por Lakshmi Ramaswami
JATISWARAM- Item de puro Nritta. Seu nome vem da palavra: jatis que são padrões rítmicos e composições (ragas) que usam as melodias indianas com as swar (notas): sa, ri, ga, ma, pa, da, ni - equivalentes ao do, ré, mi fá, sol, lá, si na música ocidental. É mais complexo que o alarippu, tanto na coreografia como na música, pois possui uma melodia além do ritmo.
Por Madangopal Narayanan
SHABDAM- é um item aonde há peças rítmicas curtas, assim como algumas linhas a que o dançarino executa o abhinaya, ou expressões emocionais. O tema da música é devocional e os movimentos são em velocidade média. Normalmente descreve a infância de Krishna, mas também pode falar de outros Deuses.
VARNAM- é a parte mais vigorosa no repertório, o grande teste de habilidade. O Varnam tece combinações rítmicas complexas com sequências da história, que exigem precisão, ricas expressões interpretativas e grande vigor físico. Pode durar entre 30 minutos a quase uma hora, mas um bom dançarino fará com que pareçam minutos mágicos. O tema tradicional do varnam é a situação da heroína (Nayika) implorando a sua amiga (Sakhi) para trazer seu amado herói (Nayaka), simbolizando o desejo da alma a se unir com o divino.
PADAM- um item de abhinaya, que raramente contem partes rítmicas. Geralmente é um monólogo musical narrando expressões de devoção.
JAVALI- similar ao Padam, a diferença é que aqui se representa um tipo de amor conjugal mais mundano e erótico. Situações corriqueiras da vida são retratadas, tomando como exemplo as lendas dos deuses e deusas.
ASHTAPADI- São contos escritos pelo famoso poeta Jayadeva, descrevem o amor entre Krishna e Radha. Esse item também é muito usado na dança Odissi, já que Jayadeva era do estado de Orissa.
KIRTANAM OU DEVARANAMA- é uma peça devocional exaltando a bhakti ou devoção, destacando as qualidades de uma certa deidade. As músicas geralmente são composições de grandes místicos e sábios.
KAVADI CHINDU- item rápido e alegre, com muita expressão, baseado nas canções folclóricas de Tamil Nadu. Geralmente é dedicado ao deus Murugan.
THILLANA- geralmente o último item, cheio de movimentos complexos e posturas. È executado com uma atitude alegre, tendo passagens curtas e rápidas de nritta aonde se demonstra todos os 5 ritmos básicos, com um verso (Sahityam) com abhinaya mostrando a deidade a qual é dedicado.
(1) Balasaraswati, segundo Raman (2001), acredita que um item é uma preparação para o item seguinte, explorando a essência universal das emoções. Sendo que também são uma yoga, porque une o corpo e a mente em uma perfeita disciplina que também é espiritual.
Namaskar!
DIB
Por Subhalakshmi Kumar
Por Vidhya Subramaniam
Por Deepthi Prasad
Por Ganesh Vasudeva
ASHTAPADI- São contos escritos pelo famoso poeta Jayadeva, descrevem o amor entre Krishna e Radha. Esse item também é muito usado na dança Odissi, já que Jayadeva era do estado de Orissa.
Por Anita Ratnam
KIRTANAM OU DEVARANAMA- é uma peça devocional exaltando a bhakti ou devoção, destacando as qualidades de uma certa deidade. As músicas geralmente são composições de grandes místicos e sábios.
Por Irina Iskorostenskaia e Nadejda Kovriga
KAVADI CHINDU- item rápido e alegre, com muita expressão, baseado nas canções folclóricas de Tamil Nadu. Geralmente é dedicado ao deus Murugan.
Por Laveenia Sivalingam
Por Shree Bharatalaya
MANGALAM- aqui o artista saúda novamente Deus, guru e audiência, e agradece a todos presentes.
Por Alisha Menon
(1) Balasaraswati, segundo Raman (2001), acredita que um item é uma preparação para o item seguinte, explorando a essência universal das emoções. Sendo que também são uma yoga, porque une o corpo e a mente em uma perfeita disciplina que também é espiritual.
Namaskar!
DIB